De modo algum. Porque Deus há de ser reconhecido como veraz, e todo homem como mentiroso, segundo está escrito: Assim, serás reconhecido justo nas tuas palavras e vencerás, quando julgares (Sl 50,6).
Certo que não! De outra maneira, como julgaria Deus o mundo?
Mas, se a verdade de Deus brilha ainda mais para a sua glória por minha mentira, por que serei eu ainda julgado pecador?
Então, por que não farÃamos o mal para que dele venha o bem, expressão que os caluniadores, falsamente, nos atribuem? É justo que estes tais sejam condenados.
E então? Avantajamo-nos a eles? De maneira alguma. Pois já demonstramos que judeus e gregos estão todos sob o domÃnio do pecado, como está escrito:
Não há nenhum justo, não há sequer um.
Não há um só que tenha inteligência, um só que busque a Deus.
Extraviaram-se todos e todos se perverteram. Não há quem faça o bem, não há sequer um (Sl 13,lss).
Não há temor a Deus diante dos seus olhos (Sl 35,2).
Ora, sabemos que tudo o que diz a lei, di-lo aos que estão sujeitos à lei, para que toda boca fique fechada e que o mundo inteiro seja reconhecido culpado diante de Deus:
Porquanto pela observância da lei nenhum homem será justificado diante dele, porque a lei se limita a dar o conhecimento do pecado.
Mas, agora, sem o concurso da lei, manifestou-se a justiça de Deus, atestada pela lei e pelos profetas.