Por essa ocasião, AntÃoco organizou sua segunda expedição ao Egito.
Aconteceu que em toda a cidade e por mais de quarenta dias apareceram, correndo pelos ares, cavaleiros vestidos de ouro e armados com lanças, coortes armadas, espadas desembainhadas,
esquadrões alinhados para a batalha, perseguições e choques de um lado e de outro, movimentos de escudos, florestas de lanças, tiros de dardos, armaduras de ouro resplandecentes e couraças de todo o gênero.
Por isso, todos rezavam para que tais aparições produzissem felizes resultados.
Espalhando-se a notÃcia, aliás falsa, da morte de AntÃoco, Jasão tomou consigo ao menos mil homens e atacou a cidade de improviso. Travou-se o combate sobre os muros e a cidade estava já tomada, quando Menelau fugiu para a Acrópole.
Todavia, não lhe foi possÃvel conquistar o poder, e só recolhendo de sua maquinação a vergonha, fugiu de novo para a terra dos amonitas.
Pereceu, enfim, miseravelmente, porque, acusado junto de Aretas, rei dos árabes, fugiu de cidade em cidade e, perseguido por todos, detestado como violador de leis, desprezado como carrasco de sua pátria e de seus concidadãos, foi levado para o Egito.
Aquele que tinha lançado fora de sua pátria tanta gente pereceu numa terra estrangeira, tendo ido para junto dos espartanos, com a esperança de ali encontrar refúgio, por causa de uma origem comum
e ordenou aos soldados que matassem sem compaixão aqueles que caÃssem em suas mãos e que degolassem os que se refugiassem nas casas.
Houve, pois, mortandade de jovens e de velhos, carnificina de homens, de mulheres e de crianças, massacre de donzelas e de meninos.
Em três dias houve oitenta mil vÃtimas, das quais quarenta mil foram mortas e outras tantas vendidas como escravas.
Não satisfeito com isso, o rei ousou penetrar no templo, o mais santo de toda a terra, conduzido por Menelau, que foi infiel às leis e à pátria.
Tomou com as mãos profanas os vasos sagrados e com mãos impuras apoderou-se das oferendas feitas pelos reis anteriores, para proveito, honra e glória do templo.
AntÃoco enchia-se de orgulho, mas não percebia que o Senhor momentaneamente se havia irritado por causa dos pecados dos habitantes da cidade: daà essa indiferença pelo templo,
porque, se os judeus não fossem por demais culpáveis, a exemplo de Heliodoro, enviado pelo rei Seleuco para inspecionar o tesouro, ele teria sido flagelado logo que chegou, e dissuadido de sua audácia.
Na verdade, Deus não escolheu o povo por causa do templo, mas escolheu o templo por causa do povo;
foi por isso que aquele, depois de ter participado dos males do povo, teve em seguida parte com ele nos favores divinos e, desamparado no tempo da cólera, foi restaurado com toda a sua glória por ocasião da reconciliação com o soberano Senhor.
Tendo AntÃoco roubado ao templo mil e oitocentos talentos, voltou sem demora para Antioquia. Com o espÃrito exaltado, ele cria, em sua soberba, poder navegar sobre a terra e caminhar sobre o mar.
Todos os que saÃram para ver o espetáculo foram massacrados e, percorrendo a cidade com seus soldados, matou um grande número de pessoas.
Judas Macabeu retirou-se com um grupo de outros homens para o deserto, vivendo com os seus companheiros nas montanhas como animais selvagens e alimentando-se de plantas para não se contaminarem.